Olha, vou contar pra vocês como foi que eu parei pra realmente prestar atenção nas cores das faixas do judô. Não foi nem por mim, pra ser sincero, foi por causa do meu moleque.

Ele começou a fazer judô faz uns meses, todo empolgado. Chegou em casa com aquela faixa branca, amarrada de qualquer jeito, parecendo um presentinho mal embrulhado. Beleza, primeira etapa. Mas aí, na aula seguinte, ele já voltou falando: “Pai, quando eu vou ganhar a faixa azul? E a preta?”. Calma, filho, respira!
Aí eu percebi que nem eu lembrava direito a ordem certinha. Na minha época, fiz judô por pouco tempo, não passei da amarela, acho. Então, fui lá no dojô na outra semana pra buscar ele e fiquei reparando na galera. Tinha criança com faixa cinza, azul clara, amarela… os mais velhos com laranja, verde, roxa, marrom… e claro, os senseis de preta.
Minha “investigação” das cores
Pra não passar vergonha na frente do guri, tive que dar uma organizada na cabeça. Pensei assim, na prática:
- Branca: É o começo, né? O cara tá cru, aprendendo a cair sem se quebrar todo. Meu filho tá nessa.
- Cinza: Vi uns bem pequenininhos usando essa. Parece que é um passo antes da azul pra criançada menor.
- Azul: Aí sim, a primeira cor “oficial” depois da branca pra muita gente.
- Amarela: Lembro dessa! Já começa a pegar uns golpes básicos.
- Laranja: A coisa vai ficando mais séria.
- Verde: Já tá com um tempinho de tatame.
- Roxa: Nível intermediário forte.
- Marrom: A última antes da tão sonhada preta. O cara aqui já sabe bastante coisa.
- Preta: Ah, essa é o objetivo de muitos. Mas aí descobri que tem mais coisa depois da preta, os tais dos Dans, que também têm umas faixas diferentes, tipo coral (vermelha e branca) e vermelha, mas isso já é outro nível, coisa de mestre mesmo.
Então, o que eu fiz foi explicar pro meu filho, do jeito mais simples possível. Falei: “Filho, pensa num jogo de videogame. Você começa no nível 1, com a faixa branca. Pra passar de fase e ganhar uma cor nova, tem que treinar, aprender a cair, aprender os golpes, respeitar os colegas e o sensei. Não dá pra pular fases, tem que ir uma por uma.”
O importante mesmo, que tentei passar pra ele, é que a cor da faixa é legal, é um reconhecimento do esforço, mas não é o principal. O principal é ir lá, treinar, se divertir, aprender a ter disciplina, respeito. A faixa vem como consequência, sabe? Se ficar só pensando na cor, acaba esquecendo de aprender o judô de verdade.
Foi uma coisa simples, essa de organizar as cores na cabeça e explicar pra ele, mas me fez lembrar da minha época e valorizar mais o processo todo. Cada faixa ali representa um monte de treino, suor e aprendizado. É um caminho longo, não só uma troca de cor.