Então, sobre essa história de largar tudo, de pedir as contas… Muita gente acha que é fácil, que é só chegar e dizer “tchau, tô fora”. Mas vou te contar como foi pra mim, na pele mesmo.
O Começo da Coisa Toda
Eu tava num lugar aí, sabe? No começo, mil maravilhas. Promessa pra cá, tapinha nas costas pra lá. A gente veste a camisa mesmo, dá o sangue. Acordava cedo, dormia tarde, fim de semana? Ih, muitas vezes nem via. Achava que era assim mesmo, que era o “normal” pra crescer.
Aí o tempo foi passando. As promessas? Viraram poeira. O tapinha nas costas? Sumiu. Só ficou a cobrança, a pressão que não acabava mais. E o pior nem era o trabalho em si, era o jeito como as coisas eram feitas, sabe? Uma falta de respeito, uma coisa meio… sei lá, esquisita.
A Gota D’água
Teve um dia, cara… putz. Aconteceu uma situação lá, um projeto que deu errado. E não foi culpa minha, não foi mesmo. Eu avisei antes, mostrei os problemas, mas ninguém deu bola. Quando a bomba estourou, adivinha pra quem sobrou? Pois é.
- Levei bronca na frente de todo mundo.
- Tiraram responsabilidade minha que eu gostava.
- O clima ficou pesado, ninguém mais falava direito comigo.
Aquilo me moeu por dentro. Cheguei em casa naquele dia e não consegui nem olhar direito pra minha família. Tava com uma sensação ruim, uma mistura de raiva e tristeza. Foi ali que a chavinha começou a virar.
A Decisão de Sair (A “Largaria”)
Não foi de um dia pro outro, não. Passei umas boas semanas remoendo aquilo. Pensava:
- E as contas pra pagar?
- E se eu não achar outra coisa?
- Será que eu tô sendo precipitado?
Ficava naquela agonia. Dormia mal, comia mal. Conversava com a patroa em casa, ela me apoiava, mas a decisão final era minha. O medo era grande, confesso. Mas a vontade de sair daquele ambiente tóxico era maior ainda.
Um dia eu acordei e pensei: “Chega!”. Não dá mais pra viver assim, adoecendo por causa de trabalho. Fui lá, respirei fundo e pedi a demissão. Foi um alívio tão grande, parecia que um peso de cem quilos tinha saído das minhas costas.
E Depois?
O começo foi meio incerto, claro. Tive que apertar os cintos, correr atrás. Mas sabe que foi a melhor coisa que eu fiz? Encontrei outro caminho, um lugar onde sou mais respeitado, onde meu trabalho é valorizado de verdade.
Olhando pra trás hoje, vejo que aquela “largaria” foi necessária. Foi difícil pra caramba, deu um frio na barriga danado, mas foi um passo importante pra minha saúde mental e pra minha vida. Às vezes, a gente precisa ter coragem de sair do que faz mal pra poder encontrar coisa melhor lá na frente.