Pois é, galera, hoje eu quero falar de uma parada que vivi na pele, ou melhor, quase que diariamente por um bom tempo: o tal do Sub 17 Carioca. Muita gente vê o jogo lá, a molecada correndo, mas não faz ideia do trampo que é chegar até ali e, principalmente, o que rola nos bastidores.
Como tudo começou na minha vida
Tudo começou com meu filho, o Juninho. Desde pequeno, o guri só queria saber de bola. Chutava tudo dentro de casa, quebrou vaso, abajur, aquela história que muito pai e mãe conhecem. Eu, como bom brasileiro, claro que incentivei. “Vai que, né?”, a gente sempre pensa.
Aí a gente começou a saga. Primeiro, foi a escolinha de futebol do bairro. Aquela coisa mais lúdica, pra aprender os fundamentos, fazer amigo. Mas o Juninho se destacava, o professor mesmo falava: “Seu garoto leva jeito, tem que tentar algo mais sério”.
O caminho até o Sub 17
Aí o bicho pegou. Fomos atrás de peneiras. Rapaz, que sufoco! Acordar 5 da manhã no sábado, pegar busão lotado, levar lanche, água. E o moleque lá, no meio de outros 200, 300 sonhando a mesma coisa. Muitas vezes não dava em nada, voltava pra casa chateado, mas no outro dia já tava animado pra próxima.
- Primeiro clube “sério”: Depois de muita tentativa, ele conseguiu entrar num clube menor, mas que disputava o Carioca. Aí a rotina mudou de vez.
- Treinos diários: Era levar e buscar todo santo dia. Chuva, sol, cansaço do trabalho, não importava. A gente fazia o sacrifício.
- Alimentação e descanso: Comecei a pesquisar mais, entender a importância de uma boa alimentação, do descanso. Virou quase um projeto de família.
E assim ele foi subindo de categoria. Sub 13, Sub 15… e a cada ano a coisa ficava mais difícil, mais competitiva. O funil ia apertando, sabe? Muitos amigos bons de bola foram ficando pelo caminho, porque não é só talento, é muita dedicação, é cabeça boa também.
Chegando ao famoso Sub 17 Carioca
Quando ele finalmente chegou na idade do Sub 17 e foi confirmado no time que ia disputar o Carioca, foi uma festa em casa. Parecia que a gente tinha ganhado na loteria! Mas mal sabíamos que a luta maior ainda estava por vir.
O nível do Sub 17 Carioca é altíssimo. É ali que os clubes grandes realmente começam a observar com outros olhos, é onde os contratos começam a aparecer pra alguns. A pressão é enorme, nos jogadores, na comissão técnica e, pode acreditar, nos pais também.
Eu ia em todos os jogos que podia. Às vezes no nosso campo, às vezes em cada canto do Rio de Janeiro que você nem imagina que tem campo de futebol. Era uma tensão! Cada dividida, cada chute, cada defesa… A gente na arquibancada sofria junto, vibrava junto.
Vi meu filho amadurecer muito nesse período. Aprendeu a lidar com vitória, com derrota, com a reserva às vezes, com a titularidade em outras. Fez amizades pra vida toda, mas também viu a competição de perto, às vezes até meio desleal.
Não é só glamour não, viu? Tem muita ralação, muita chuteira furada no começo, dinheiro contado pra passagem. E o medo constante de uma lesão mais séria, que pode brecar tudo.
O que ficou dessa experiência toda
O Juninho não virou um craque mundialmente famoso, não ficou milionário com o futebol. Ele seguiu jogando em níveis competitivos por mais um tempo, mas depois optou por focar nos estudos, fazer uma faculdade. E quer saber? Foi a melhor decisão pra ele.
Mas o que o Sub 17 Carioca, e toda a jornada até lá, ensinou pra ele e pra mim, como pai, não tem preço. Disciplina, resiliência, trabalho em equipe, saber ganhar, saber perder. Coisas que ele leva pra vida.
Então, quando você estiver assistindo a um jogo desses garotos, lembre-se que por trás de cada um deles tem uma história de muita luta, muita dedicação, e uma família inteira sonhando junto e fazendo sacrifícios. É uma fase da vida que molda caráter, mesmo que o sonho de ser jogador profissional não se concretize pra todos. Valeu cada segundo dessa jornada maluca!