Olha, vou te contar uma coisa sobre tentar adivinhar nocaute no peso-pesado do MMA. Comecei com isso faz um tempo, mais por diversão mesmo, sabe? Quando a gente assiste aquelas lutas, a adrenalina vai lá em cima e a gente sempre pensa: “esse aí vai cair!”.
Então, eu resolvi levar a brincadeira um pouco mais a sério, na minha cabeça, claro. Peguei um caderno velho aqui de casa, daqueles de escola mesmo, e comecei a anotar umas coisas que eu achava importantes.
Minha “Metodologia” Secreta
Não era nada científico, longe disso. Era mais na base do “olhômetro” e da intuição.
O que eu anotava:
- O alcance dos lutadores. Sempre achei que quem tem braço mais comprido leva vantagem pra nocautear.
- Quantos nocautes o cara já tinha na carreira. Pensei: “quem já fez muito, tem mais chance de fazer de novo”.
- Se o lutador ia pra cima logo de cara ou ficava mais estudando. Os agressivos pareciam mais propensos a buscar o nocaute (ou ser nocauteado!).
- Até anotava umas coisas meio bestas, tipo se o cara parecia muito tenso na encarada. Vai que influenciava, né?
Fiz isso por alguns meses. Acompanhava os eventos principais, principalmente do UFC, e antes da luta eu dava meus palpites no caderno. Anotava quem eu achava que ia nocautear e em qual round, mais ou menos.
A Dura Realidade dos Pesos-Pesados
Cara, vou te dizer… Quebrei a cara bonito na maioria das vezes! Peso-pesado é outra história. Os caras têm uma mão que parece um martelo. Uma única pancada pode mudar tudo, não importa o que você anotou ou previu.
Lembro de uma vez que tinha um favorito claro, todo mundo apostando nele, minhas anotações todas apontando pra ele nocautear fácil. Fiquei todo confiante. Chegou na luta, o azarão acertou uma bomba no primeiro minuto e fim de papo. Meu caderno virou piada aqui em casa.
Essa imprevisibilidade toda me lembrou uma época diferente da minha vida, nada a ver com luta, na verdade. Foi quando tentei montar um negócio de entregar pão caseiro aqui no bairro. Fiz planilha, calculei custo, achei que tinha tudo na mão. No primeiro mês, a masseira que comprei usada quebrou, o preço da farinha disparou e choveu canivete quase toda manhã na hora da entrega. Planejamento foi pro espaço, igual meus palpites de nocaute. A gente tenta controlar as coisas, mas tem hora que não dá.
O Que Aprendi (ou Não)
Depois de um tempo, larguei mão do caderno. Percebi que tentar prever o nocaute no peso-pesado tira um pouco da graça, que é justamente a surpresa, a emoção do inesperado.
Hoje em dia, continuo assistindo, vibrando, torcendo. Dou meus palpites de boca, com os amigos, mas sem a pretensão de ser o “guru” das previsões. É muito mais legal curtir a luta pelo que ela é: uma caixa de surpresas onde qualquer um pode apagar a luz do outro a qualquer momento.
E quer saber? Acho que é por isso que a gente gosta tanto do peso-pesado. Aquela tensão constante de que o nocaute pode vir a qualquer segundo… isso não tem preço. Melhor deixar as previsões de lado e só aproveitar o show.
