Então, outro dia me peguei pensando na tal da cor da Ferrari. Sabe como é, você vê uma passando, ou uma foto, e aquele vermelho simplesmente grita na sua cara. Decidi que queria entender melhor aquilo, talvez até usar essa cor pra alguma coisa minha aqui em casa, um projeto pequeno.
O começo da busca
Primeira coisa que fiz foi ir atrás de informação. Pensei: “Ah, vermelho Ferrari, fácil”. Fui em loja de tinta, olhei catálogo, procurei na internet por fotos. Comecei a perceber que não era tão simples assim. Cada foto parecia um vermelho diferente. Uns mais abertos, outros mais fechados, quase vinho.
Comprei uma latinha de spray que dizia “vermelho tipo Ferrari”. Achei que tinha resolvido. Pintei uma peça de teste aqui na garagem. Quando secou… bom, era vermelho. Mas não era aquele vermelho. Faltava alguma coisa, não sei explicar bem. Parecia um vermelho comum, meio sem vida perto do que eu tinha na cabeça.
A complicação
Aí fui conversar com um camarada meu que mexe com carro antigo. Ele riu da minha cara. Falou que “vermelho Ferrari” não existe, no sentido de ser um só. Explicou que tem vários tons ao longo dos anos, cada um com um nome e código específico.
- Rosso Corsa
- Rosso Scuderia
- Rosso Mugello
- E mais um monte
Cada um é um vermelho diferente! Fiquei meio perdido. Aquele vermelho que eu achava que era um só, na verdade era uma família inteira de vermelhos. Cada um com sua própria história, sua própria fórmula. Pra conseguir o tom exato, precisaria do código da tinta, e mesmo assim, a aplicação, o verniz, tudo influencia.
Voltei pra estaca zero, mas com outra visão. Já não era só pegar uma lata qualquer. Era entender qual vermelho eu realmente queria, qual fazia sentido pra mim. Peguei um monte de amostras, comparei com fotos de modelos específicos de Ferrari que eu gostava.

O processo e a descoberta
Passei um tempo nisso. Testei mais umas duas ou três latas de marcas diferentes, umas até que misturei pra ver no que dava. Gastei um dinheiro, sujei a mão, mas fui aprendendo. Aprendi que a luz muda tudo. O mesmo vermelho parece diferente dentro da garagem e na luz do sol.
Percebi que a busca pela “cor da Ferrari” era mais sobre a sensação que ela passa do que achar um código exato num catálogo. É sobre aquele impacto visual, a força que a cor tem. É quase uma assinatura.
No fim das contas, acabei achando um tom que me agradou. Não sei se é o Rosso Corsa 1985 ou o Scuderia 2007, e pra ser sincero, parei de me importar tanto com o nome exato. O importante é que, pra mim, parece o vermelho Ferrari que eu buscava. Aquele que tem presença.
Usei num banquinho velho que restaurei aqui pra oficina. Toda vez que olho pra ele, lembro dessa trabalheira toda. Foi um jeito curioso de passar o tempo, essa investigação sobre uma cor. A gente acha que é simples, mas tem sempre mais coisa por trás.