Cara, pensar nesse assunto, “imagem Ayrton Senna morto”, me joga direto praquele dia, 1º de maio de 1994. Eu lembro bem, era um domingo, Dia do Trabalho aqui no Brasil, e como sempre, muita gente tava na frente da TV pra ver a corrida.

Eu tava lá, assistindo. Quando aconteceu a batida na Tamburello, a gente percebeu na hora que era sério. A transmissão ficou tensa, aquele silêncio no autódromo que a gente sentia daqui. Não tinha zap, não tinha rede social pra saber na hora o que tava rolando. Era a TV e o rádio, esperando notícia.
A espera e a notícia
Lembro da agonia. As informações demoravam, vinham picadas. Primeiro falaram do acidente, depois que ele tinha sido levado pro hospital. A gente ficou naquela esperança, né? Pensando “Ah, o Senna é forte, vai sair dessa”.
Aí, mais tarde, veio a confirmação da morte. Foi um choque. Parecia que o Brasil inteiro tinha ficado em silêncio. Eu mesmo fiquei parado, tentando entender. Como assim? O Senna?
As imagens da época vs. hoje
Naquela época, a gente não tinha essa facilidade de hoje de buscar qualquer coisa na internet. As imagens que a gente via eram as da TV. Mostravam o carro batido, o resgate, mas tinha um certo… filtro, eu acho. Não era essa coisa explícita que talvez se encontre hoje se alguém procurar.
Eu, sinceramente, nunca tive essa curiosidade mórbida. Nunca fui atrás de procurar foto dele depois do acidente. Pra quê? Eu me perguntava. O que isso ia acrescentar?

- A imagem que ficou pra mim foi a do piloto.
- A das vitórias, do capacete amarelo.
- A da bandeira do Brasil no alto do pódio.
- A da comoção nacional que veio depois.
Essa busca por imagens fortes, do momento exato, do corpo… eu não entendo muito bem. Acho que não ajuda a preservar a memória de quem se foi. Pelo contrário, pode até ser desrespeitoso.
Minha prática: preservar a memória boa
Então, minha experiência, minha “prática” com esse tema, foi mais de reflexão. Lembro do impacto, da tristeza coletiva. Lembro de como a notícia chegou devagar, comparado com a velocidade de hoje.
É impressionante como a tecnologia mudou a forma como a gente lida com essas coisas. Hoje tudo é instantâneo, visual, às vezes até demais. A gente tem acesso a muita coisa, talvez até coisa que não precisava ver.
Eu escolhi guardar as imagens dele vivo, vibrando, representando o Brasil. Acho que essa é a lembrança que vale a pena manter. A imagem do ídolo, não a da tragédia.