Olha, vou te falar uma coisa sobre essa história de uniforme pra pintura. No começo, eu nem ligava muito, sabe? Pegava qualquer roupa velha, camiseta furada, calça manchada e achava que tava bom demais. A ideia era só não sujar as roupas “boas”.

Mas aí a coisa complica. Primeiro porque mesmo com roupa velha, a tinta respinga onde não deve. Sapato, meia, às vezes até no braço descoberto. E segundo, porque roupa velha rasga fácil, enrosca nas coisas, não protege direito. Aquelas tintas mais fortes, então? Atravessavam o tecido que era uma beleza.
A fase dos descartáveis
Depois dessa fase de “qualquer trapo serve”, eu tentei aqueles macacões brancos, fininhos, que parecem de papel. Comprei um pacote achando que ia resolver. Que nada! Aquilo rasga só de olhar. Se você agacha, já era. Se encosta em algum canto um pouco mais áspero, rasga também. Fora que abafa demais, num dia de calor você cozinha lá dentro. Servia mais pra não sujar a roupa de baixo com poeira do que com tinta mesmo.
- Rasgava muito fácil.
- Esquentava pra caramba.
- Não protegia de verdade contra respingo forte.
Buscando algo que funcionasse de verdade
Chegou uma hora que eu cansei de remendar roupa velha e me irritar com macacão de papel. Precisava de algo decente, que aguentasse o tranco do dia a dia. Fui atrás de opções mais parrudas. Pensei em pegar aqueles uniformes de brim, tipo de mecânico.
A escolha: Acabei optando por dois tipos de uniforme, na prática:
Para o dia a dia (pincel, rolo): Comprei umas calças e umas camisas de um algodão mais grosso, tipo lona fina, sabe? Cor escura pra disfarçar a sujeira. Não é perfeito, ainda suja, mas protege bem mais a pele e a roupa de baixo. E o mais importante: é mais confortável pra trabalhar, não fico derretendo nem me sentindo preso.

Para pintura com pistola ou Tinta PU/Epóxi: Aí não teve jeito, precisei de um macacão de verdade. Peguei um de nylon mais resistente, com capuz e elástico nos punhos e tornozelos. Esse sim veda melhor, evita que a névoa de tinta entre. É mais chato de vestir e mais quente? É. Mas pra esse tipo de serviço pesado, é o que funciona pra não terminar o dia parecendo um fantasma colorido e respirando solvente.
Manutenção e o que aprendi
Lavar essas coisas é outra luta. Tinta óleo, então? Gruda e não sai fácil. Deixo separado, lavo com produto mais forte. Os macacões de nylon são mais fáceis, um pano úmido às vezes resolve.
No fim das contas, percebi que ter um uniforme adequado não é frescura. É segurança, é conforto pra trabalhar melhor e até economiza, porque parei de estragar tanta roupa. Demorou um pouco pra eu chegar nessa conclusão, mas hoje não abro mão. Cada tipo de pintura pede um cuidado, e a roupa certa faz parte desse cuidado.