Olha, essa história de observar as mulheres na Indonésia começou meio sem querer, sabe? Eu tava lá de viagem, coisa minha mesmo, de mochila nas costas, tentando entender um pouco daquele canto do mundo.
No começo, a gente chega com aquela imagem que vê na TV, né? Mulher de véu, submissa, aquela coisa toda. Mas aí você começa a andar, a reparar de verdade no dia a dia.
Primeiras impressões e o choque
A primeira coisa que me bateu foi a força dessa mulherada. Em tudo quanto é canto. Fui pra mercados locais, vielas escondidas, não só nos pontos turísticos. E lá estavam elas:
- Tocando lojinha
- Carregando peso nas costas, cesto na cabeça
- Pilotando scooter no meio daquele trânsito maluco, levando filho, compra, tudo
- Negociando com uma firmeza danada
Era muito diferente do que eu imaginava. Parecia que elas carregavam muita coisa nas costas, literalmente e no sentido figurado.
Observando mais a fundo
Fiquei um tempo bom lá, deu pra rodar bastante. Em Bali, a vibe era uma, mais turística, mais “ocidentalizada” em alguns pontos. Mas quando fui pra Java, pra lugares menores, a dinâmica mudava.
Comecei a reparar nas interações. Via mulheres muito desenroladas, falando alto, rindo. Mas também via outras mais quietas, especialmente na frente dos homens mais velhos ou em situações mais formais. É uma mistura complexa.

Não dá pra botar tudo no mesmo saco. Tinha a mulher de negócios, super moderna, falando inglês perfeito, e tinha a senhora no campo, trabalhando de sol a sol com um sorriso no rosto, mas com uma vida dura que só vendo.
Conversei pouco, né? A barreira da língua é fogo. Mas observava muito. Tentava pegar as nuances nos gestos, nos olhares. Via muita cumplicidade entre elas, grupos de mulheres conversando, trabalhando juntas. Parecia uma rede de apoio forte ali.
O que ficou dessa “prática”
O que tirei disso tudo? Que a realidade é sempre mais complicada do que parece de longe. Essa “prática” de observar, de tentar entender sem julgar, me mostrou isso.
Vi mulheres fortes, trabalhadoras, segurando a onda de muita coisa. Vi a influência forte da religião e da tradição, sim, mas também vi muita adaptação, muita resiliência.
Saí de lá com mais perguntas do que respostas, na verdade. Mas com a certeza de que aquela imagem simplista que eu tinha na cabeça antes de ir não chegava nem perto da realidade que eu vi com meus próprios olhos.