Olha, vou contar pra vocês como foi que aprendi uma coisa nova esses dias, um jeito diferente de fazer café que peguei com o tal do Geraldo Bernardes. Não sei se vocês conhecem, um senhor lá das bandas onde eu estava passando uns dias. O pessoal falava muito do café dele, então eu quis ver qual era o segredo.

O Começo da História
Primeiro, eu ouvi a conversa na venda, sabe? Que o café do Seu Geraldo era outra coisa. Fiquei curioso, né? Café é sagrado pra mim. Um dia, tomei coragem e fui lá bater um papo. Ele tava na varanda, tranquilo. Perguntei na lata: “Seu Geraldo, qual o truque daquele café tão bom que o povo fala?”. Ele riu, achou graça.
Aprendendo o Jeito Dele
Aí ele começou a explicar, sem muita cerimônia. Não tinha nada de máquina chique, não. Era tudo no coador de pano mesmo, do jeito antigo.
O que eu fiz, seguindo o que ele falou:
- Primeiro, ele disse pra esquentar a água, mas não deixar ferver. Quando começasse a subir aquelas bolhinhas pequenas, era pra desligar. Fiz isso. Peguei a chaleira e fiquei de olho.
- Depois, ele falou pra escaldar o coador de pano com um pouco dessa água quente. Joguei a água fora. Isso, segundo ele, tirava o gosto de pano e já aquecia o coador. Obedeci.
- Aí veio a parte do pó. Ele usava um pó moído na hora, um pouco mais grosso que o normal. Como eu não tinha moedor ali, usei o que tinha, mas tentei seguir a quantidade que ele me mostrou “no olho”. Umas três colheres bem cheias pra meio litro de água, mais ou menos. Coloquei o pó no coador já escaldado.
- O segredo maior, ele disse, era como jogar a água. Não era pra despejar tudo de uma vez. Tinha que ir devagar, primeiro um pouquinho no centro do pó, só pra umedecer tudo. Esperar uns 30 segundos. Ele chamava isso de “despertar o café”. Fiz exatamente assim.
- Depois, continuar jogando a água quente bem devagar, em movimentos circulares, das bordas para o centro, sem deixar o nível da água baixar muito no coador. Paciência era chave aqui. Fui fazendo o círculo com a chaleira, bem devagarinho.
- Ele me alertou pra não mexer o pó com colher dentro do coador de jeito nenhum. Deixar a água fazer o trabalho dela.
- E outra coisa: não passar toda a água. Quando começava a ficar aquele finalzinho mais ralo caindo, ele parava. Dizia que o “amargo ruim” vinha daí. Então, quando vi que o fluxo diminuiu e ficou mais claro, tirei o coador.
O Resultado
Olha, vou te dizer. O café ficou diferente mesmo. Parecia mais suave, sabe? Menos amargo que o meu normal, mas com um gosto bem presente, bem gostoso. Não sei se foi a água que não ferveu, o jeito de jogar a água, ou parar antes do fim. Acho que foi tudo junto.
Foi uma experiência simples, mas bacana. Ver como um detalhezinho no jeito de fazer muda o resultado final. O Seu Geraldo era um cara sábio na simplicidade dele. Adotei esse jeitinho dele pra fazer meu café aqui em casa agora. Leva um tiquinho mais de tempo, mas vale a pena.
