Sistema de jogo voleibol: guia prático para iniciantes e técnicos.

Ah, falar de sistema de jogo no vôlei… é uma novela, viu? Cada técnico, cada entusiasta tem uma ideia, uma fórmula mágica que acha que vai revolucionar o jeito de jogar. Eu mesmo já passei por cada uma tentando achar o “sistema perfeito”.

Sistema de jogo voleibol: guia prático para iniciantes e técnicos.

Minha Saga Começou Assim…

Lembro que no começo, quando comecei a me envolver mais a sério, querendo organizar um time amador pra brincar nos fins de semana e quem sabe uns torneios locais, eu pirei o cabeção. Via os jogos na TV, aqueles times profissionais com movimentações complexas, infiltrações, trocas rápidas… e pensava: “É isso! Tenho que fazer meu time jogar assim!”.

Primeira tentativa: O Caos Instalado

Peguei um caderninho, comecei a desenhar esquemas. Queria implementar um 5-1 super elaborado, com o levantador infiltrando de tudo quanto é canto, o oposto virando bola até de costas. A galera do time, coitada, só queria se divertir e dar umas cortadas. Eu chegava no treino com uma prancheta cheia de setas e números. O resultado? Uma confusão generalizada. Ninguém sabia pra onde correr, quem tinha que levantar, quem bloqueava onde. Era mais trombada do que ponto.

Eu insistia, achava que era falta de treino. “Vamos lá, pessoal, foco! O sistema é bom, a gente que não pegou o jeito!”. Que nada. Só piorava. A frustração começou a bater forte, tanto em mim quanto neles.

A Virada de Chave: Menos é Mais

Um dia, depois de mais um treino desastroso onde a bola parecia ter vida própria e fugia das nossas mãos, um dos jogadores mais velhos, o seu Zé, que jogava vôlei desde que era piá, chegou pra mim e falou na maior humildade: “Chefe, com todo respeito, mas acho que a gente tá querendo correr antes de aprender a andar. Por que a gente não tenta um negócio mais simples, só pra bola começar a passar pra lá e pra cá?”

Sistema de jogo voleibol: guia prático para iniciantes e técnicos.

Aquilo me deu um estalo. Eu estava tão focado na complexidade que esqueci do básico.

De volta ao básico: O Feijão com Arroz que Funciona

Decidi ouvir o seu Zé. Guardei minha prancheta de cientista maluco e falei: “Beleza, galera. Vamos simplificar tudo.”

  • Definimos posições claras: Quem era levantador (no começo, usamos até dois pra facilitar, o famoso 4-2), quem era ponteiro, quem era central. Sem muita invenção.
  • Focamos no passe: Se a bola não chega na mão do levantador, não tem sistema que salve. Então, muito treino de manchete, de toque preciso.
  • Comunicação: Começamos a gritar mais em quadra. “MINHA!”, “SUA!”, “AJUDA!”. Coisa básica, mas que faz uma diferença enorme.
  • Cobertura simples: Caiu a bola no bloqueio? Alguém tem que estar lá. Sem esquemas mirabolantes, só o instinto e a obrigação de cada um.

O Que Eu Pratiquei e Vi Funcionar

Começamos com um 4-2 bem tradicional. Dois levantadores que se alternavam na rede e no fundo, e quatro atacantes. As responsabilidades ficaram mais claras. O levantador da vez sabia que a prioridade era levantar. Os atacantes sabiam que tinham que se apresentar pra bola.

O processo foi o seguinte:

Sistema de jogo voleibol: guia prático para iniciantes e técnicos.
  1. Conversa e Desenho na Prancheta (Simplificado): Mostrei o básico do 4-2, quem ficava onde na recepção, quem infiltrava (de forma bem simples) quando o outro levantador recebia o saque.
  2. Treino de Posicionamento Estático: Primeiro, parados, só pra entender onde cada um deveria estar em cada rotação.
  3. Simulação de Jogo Lenta: Depois, começamos a simular o saque, o passe, o levantamento e o ataque bem devagar, corrigindo os erros de posicionamento na hora.
  4. Aumento Gradual da Intensidade: Aos poucos, fomos aumentando a velocidade das jogadas, mas sempre voltando ao básico se a confusão começasse.
  5. Repetição, Repetição, Repetição: Não tem segredo. Vôlei é repetição. Quanto mais a gente repetia o sistema simples, mais automático ele ficava.

E não é que o time começou a jogar melhor? A bola começou a ficar mais tempo no ar do nosso lado, os ataques começaram a sair com mais frequência. Ainda não era um Bradesco Esportes da vida, longe disso, mas já era um time que se entendia em quadra. A diversão voltou, e com ela, algumas vitórias nos rachas de fim de semana.

Conclusão da minha prática:

Hoje, entendo que o “sistema de jogo voleibol” ideal é aquele que se adapta aos jogadores que você tem, e não o contrário. Começar pelo simples, construir uma base sólida de fundamentos, e aí sim, se o time evoluir, você pode ir adicionando complexidade aos poucos. Não adianta querer ter uma Ferrari se você mal sabe dirigir um Fusca. Primeiro aprende o básico, depois você pensa em voos mais altos. E o mais importante: comunicação e paciência são chave!

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