E aí, pessoal, beleza? Hoje eu tô aqui pra contar um pouco da minha aventura com esse tal de “ricardinho surf”. Não é bem uma história de campeonato, não, viu? É mais sobre botar a mão na massa mesmo, aquela coisa de curioso que quer fazer acontecer.

A Ideia Maluca de Fazer uma Prancha
Tudo começou quando eu encasquetei que queria uma prancha com uma pegada diferente, algo mais… sei lá, com a alma do Ricardinho, sabe? Aquele surfista que a gente admira de longe. Não que eu vá surfar igual ele, longe disso, mas era mais pela inspiração. Aí pensei: “Por que não tentar fazer uma?” Loucura, né? Eu, que mal sei passar uma parafina direito.
Mãos à Obra: A Caça aos Materiais
Primeira coisa foi correr atrás do material. Descobri que a maioria das pranchas, tipo umas 80% delas, são feitas com resina poliéster. Parece que é mais fácil de mexer e mais em conta. Fui nessa! Comprei a tal da resina e o catalisador, que é o treco que faz a resina endurecer. Me falaram que o processo se chama “catalisação”. Nome chique pra uma mistura fedorenta, viu?
Pra dar o acabamento, me indicaram uma tal de lixa “seca”, ou “gringa”, acho que era a A275 da Norton. Os caras que fazem prancha, os shapers, usam muito essa. Pensei: “Bom, se os profissionais usam, deve ser boa”.
O Perrengue da Fabricação
Montar o esqueleto da prancha foi um parto, não vou mentir. Desenhei, cortei, errei, fiz de novo. Parecia que não ia sair nada dali. Depois veio a parte da resina. Que lambança! Você mistura aquele líquido com o catalisador e tem que correr, porque o negócio endurece rápido. O cheiro então? Nossa Senhora. Minha garagem ficou interditada por uns dias.
Depois de secar, era hora de lixar. E lixar. E lixar mais um pouco. Usei aquela lixa A275 que comentei. Meu braço ficou doendo por uma semana, mas aos poucos a prancha foi tomando forma. Não ficou perfeita, claro. Tinha uns calombinhos aqui, umas marquinhas ali. Mas era minha!

Uma coisa engraçada foi que, no meio do processo, lembrei de uma vez que fui comprar uma prancha usada e o cara me explicou que a quilha tava meio solta porque ele tentou consertar com um “super bonder especial pra resina”. Na hora achei que ele tava me enrolando, mas depois de passar pelo perrengue de mexer com resina, até que fez sentido a gambiarra dele. A gente se vira como pode, né?
A Finalização e a Parafina Mágica
Com a prancha finalmente lixada e com um shape que eu achei “aceitável”, faltava o toque final antes de ir pra água: a parafina. Aquela parafina para prancha de surf, sabe? Que, pelo que me contaram, é feita basicamente de cera de abelha e parafina mesmo. Serve pra dar aderência, pro pé não escorregar.
Passei a parafina com todo o cuidado, fazendo aqueles losangos bonitinhos. Deu um orgulho danado olhar pra ela prontinha, mesmo sabendo que não era uma obra de arte de um shaper profissional.
Valeu a Pena?
Olha, se valeu a pena? Cada gota de suor e cada espirro por causa do cheiro da resina! Levei ela pra água no fim de semana seguinte. Não peguei nenhum tubo à la Ricardinho, óbvio. Mas a sensação de dropar uma onda com algo que eu mesmo fiz, com minhas próprias mãos, foi indescritível. A prancha ficou meio pesada, meio instável, mas era minha. E essa “prática do ricardinho surf” me ensinou que, às vezes, o processo é tão recompensador quanto o resultado final.
No fim das contas, não é sobre ser o melhor ou ter o equipamento mais caro. É sobre a paixão pelo mar, pela criação, pela tentativa. E essa pranchinha torta, feita na raça, me deu uma baita lição sobre isso. E quer saber? Já tô pensando na próxima!