Andei meio sumido, né? Mas esses dias me bateu uma vontade, uma coisa antiga… resolvi dar umas voltas pelas quadras aqui do bairro. Fazia tempo, viu? A gente corre tanto no dia a dia que esquece das coisas simples.
Comecei pela quadra de futsal lá perto da praça. Cheguei meio sem jeito, só pra olhar mesmo. A molecada tava naquela correria de sempre, gritaria, bola pra tudo que é lado. Lembrei na hora de quando eu era um deles, joelho ralado, a camisa suada colando no corpo. Era bom demais.
Fiquei um tempo ali, encostado no alambrado, só sentindo o cheiro da grama sintética gasta, ouvindo o barulho da bola batendo na grade. Engraçado como esses sons trazem uma paz, né? Mesmo no meio daquela agitação toda.
Depois fui andando mais um pouco, passei pela quadra de basquete, aquela mais antiga, de cimento. Tava mais vazia, só uns dois caras arremessando, sem compromisso. Me deu até uma coceira na mão pra tentar uns lances, mas fiquei na minha. Hoje em dia a coluna já não é a mesma!
Revendo os cantos, lembrando da vida
O que eu percebi nessa caminhada foi o seguinte:
- A quadra de futsal continua sendo o coração do bairro pra molecada.
- A de basquete parece mais um refúgio pra quem quer espairecer.
- Até a quadra de vôlei de areia, que eu nem lembrava que existia, tava lá, meio esquecida, mas tava lá.
Não foi nada demais, entende? Não joguei nenhuma partida épica, não fiz novos amigos ali na hora. Foi mais um reencontro comigo mesmo, com um tempo que parecia perdido.
Sentei num banco ali perto, fiquei olhando o movimento. Pensei em quanta história já rolou naqueles pedaços de chão batido ou cimentado. Quantas amizades começaram e terminaram ali, quantas comemorações, quantas frustrações.
É a vida acontecendo, ali, simples, na quadra. Às vezes a gente precisa só parar um pouco e observar esses lugares pra lembrar do que importa de verdade. Acho que vou fazer isso mais vezes. Faz bem pra alma.