Então, resolvi meter a mão na massa com esse tal de Astro. Ouvi falar muito, que era rápido, moderno, essas coisas que a gente sempre ouve. Tinha um projetinho antigo meu, um bloguinho coitado, todo feito em JavaScript puro, um Frankenstein que só eu entendia (às vezes nem eu). Pensei: “Bora modernizar isso aí, botar no Astro pra ver qual é”.
A arrancada parecia fácil
Comecei animado, né? Criei o projeto novo com o comando do Astro, `npm create astro@latest`, aquela coisa toda. Fui olhando a estrutura, pareceu bem organizada. Separei meus posts antigos, que eram uns arquivos de texto bem toscos, e pensei em converter pra Markdown. Até aí, beleza. Comecei a criar os layouts, os componentes… A ideia era simples: uma página inicial listando os posts e uma página pra cada post.
Peguei uns componentes básicos que eu já tinha, uns pedaços de HTML e CSS. Fui jogando dentro da pasta `components` do Astro. No começo, foi tranquilo. Renderizou bonitinho. Eu já tava me achando o mestre do Astro.
Aí a “maldade” começou…
O problema veio quando tentei reaproveitar uns scripts JavaScript que eu tinha no projeto antigo. Eram umas coisinhas bobas: um pra fazer um efeitozinho no menu, outro pra buscar uns dados de uma API externa bem antiga que eu usava pra mostrar umas estatísticas inúteis.
Cara, que dor de cabeça! O Astro tem aquela filosofia das “ilhas”, né? Só carrega o JavaScript onde precisa. Faz sentido pra performance. Mas o meu JavaScript antigo era um emaranhado, um código dependendo do outro, tudo no escopo global. Simplesmente não funcionava direito dentro dos componentes do Astro.
- O script do menu quebrava o layout todo quando tentava rodar isolado.
- A busca na API antiga dava uns erros estranhos de CORS que antes não dava, ou simplesmente não carregava os dados na hora certa.
- Tentei colocar o script direto no HTML com a tag “, mas aí perdia a vantagem do Astro e a página ficava lenta de novo.
Fiquei um tempão brigando com isso. Tentava uma abordagem, não dava. Tentava outra, quebrava outra coisa. Parecia que o Astro tava de marcação comigo, saca? Qualquer coisinha que eu tentava reaproveitar do código velho, ele dava um jeito de complicar. A “maldade” do título veio daí, dessa sensação de que o negócio tava me sacaneando.

A Luta e a Gambiarra
Passei uns dois dias nisso. Sério. Lendo documentação, fuçando em fórum gringo, xingando baixinho aqui no meu canto. Cheguei a pensar em desistir e deixar o projeto antigo como estava. Mas aí já tinha ido longe demais pra largar.
No fim das contas, o que eu fiz? Tive que reescrever quase tudo.
O menu? Joguei fora o script antigo e fiz um bem mais simples, usando só CSS e um tiquinho de JavaScript moderno, dentro de um componente Astro com a diretiva `client:load` pra ele funcionar direitinho.
A busca na API externa? Mudei a lógica. Ao invés de buscar no lado do cliente (no navegador), fiz a busca no lado do servidor, durante o build do Astro. Peguei os dados uma vez só e gerei a página estática já com eles. Deu um trabalhão pra adaptar, mas pelo menos funcionou e ficou rápido pra quem acessa.
O Resultado Final
Terminei a migração. O bloguinho agora tá rodando em Astro. Ficou rápido? Pra caramba. Nisso o Astro cumpre o que promete. A estrutura do projeto tá mais limpa também, tenho que admitir.
Mas olha, o processo foi sofrido. Aquela “maldade” toda não era bem do Astro em si, acho. Era mais a teimosia do meu código antigo, que não queria se adaptar. E talvez um pouco da minha teimosia em querer reaproveitar coisa que já devia ter sido jogada no lixo há tempos.
Então é isso. Usei o Astro, apanhei um bocado por causa das tranqueiras que eu mesmo tinha feito antes, mas no final deu certo. Fica a lição: às vezes, modernizar não é só trocar a ferramenta, é ter coragem de refazer o que tá torto desde o começo.