Olha, essa pergunta sobre quem leva o ATP de Tóquio esse ano mexe comigo, viu? Lembro que antigamente, eu era quase obcecado em tentar adivinhar essas coisas. Não só no tênis, mas em tudo que é esporte.

Eu pegava papel, caneta, fazia umas tabelas que nem eu entendia direito depois. Anotava quem ganhou de quem, em qual tipo de quadra, se o cara tinha dormido bem na noite anterior – brincadeira, nem tanto, mas quase isso. Eu realmente achava que dava pra prever o futuro do esporte com análise.
Teve uma vez, num torneio que nem lembro mais qual, acho que foi na Austrália… nossa, eu passei a semana inteira montando meu ‘mapa do campeão’. Coloquei um dinheirinho numa aposta com uns amigos, coisa boba, só pela resenha mesmo. Tinha certeza absoluta que o favorito ia tropeçar na semifinal e que um azarão específico ia levar. Cravei isso com uma convicção de dar inveja.
Que aconteceu? O favorito ganhou fácil, sem nem suar direito. E o meu ‘azarão campeão’? Perdeu na primeira rodada pra um cara que ninguém nem conhecia direito. Fiquei com uma cara de tacho… mas o mais engraçado é que, mesmo errando tudo, eu me diverti pra caramba acompanhando cada jogo, cada virada.
Aprendi naquele dia, e em muitos outros depois, que essa coisa de prever campeão é mais um passatempo gostoso do que ciência. Tem jogador que chega voando e some. Tem outro que ninguém dava nada e cresce DEMAIS durante a semana. Lesão, dia ruim, a bolinha que bate na fita e cai do lado errado… é muita coisa que não tá no papel.
Então, sobre Tóquio… quem vai ganhar? Sinceramente? Não faço a menor ideia concreta. Claro que a gente sempre tem uns palpites, uns jogadores que gosta mais de ver jogar, ou que parecem estar num momento melhor. A gente olha a chave, vê os confrontos, pensa “hmmm, esse aqui pode surpreender”.

Mas a graça mesmo, pra mim, hoje em dia, é sentar pra assistir. Ver a estratégia dos caras, a força mental, a briga ponto a ponto. Torcer, se surpreender, xingar um pouco a TV quando nosso preferido perde um ponto bobo. Acompanhar a jornada.
No fim das contas, o campeão vai ser quem jogar melhor LÁ DENTRO da quadra, naqueles dias específicos. E a gente vai estar aqui, assistindo e curtindo o espetáculo. Esse é o barato da coisa toda, né?