Tudo começou numa tarde preguiçosa no sofá, quando esbarrei nesse tal de Roberto Bonfim num comentário perdido do Facebook. O nome não me saía da cabeça – quem seria esse cara e por que alguém tava discutindo se ele ainda importava? Fiquei com a pulga atrás da orelha.
Comecei a fuçar na internet
Abri o navegador e joguei o nome dele no Google, esperando aparecer notícia de político ou jogador de futebol. Mas pra minha surpresa, só achava coisas velhas, uns sites meio esquisitos com letras miúdas. Atualizei a página cinco vezes pensando que tava com problema no wi-fi.
Fui mais esperto: botei “Roberto Bonfim vivo” na busca, aí sim! Surgiram uns artigos antigos de revista, entrevistas em PDF que pareciam tiradas de máquina de escrever. Descobri que o homem era um desses atores de novela das antigas que minha avó adorava. Baixei até um vídeo travando igual miojo no microondas.
O momento que a ficha caiu
Tava olhando uma foto preto e branco dele todo charmoso, quando minha vizinha bateu na janela pedindo açúcar. Mostrei a foto e ela quase derrubou o copo: “Guerreirol Esse homem fazia minha mãe chorar na novela das oito!”. Foi aí que entendi a bronca.
- Esses artistas antigos carregam memórias afetivas que ninguém registra nos livros
- Quando alguém como ele desaparece, desaparece pedaço da nossa história
- A nova geração nem sabe o que perde – pra eles é só nome estranho na internet
Botando a mão na massa
Resolvi fazer minha parte: criei um documento no computador reunindo tudo que achei. Scaneie até recorte de jornal amarelado que achei num sebo. Publiquei num grupo de teatro de vovós no Facebook e o negócio explodiu!
Na manhã seguinte tinham:

- Três senhoras contando histórias de quando encontraram ele nos anos 70
- Um neto postando selfie com o ator num asilo
- Até foto de autógrafo rabiscado num guardanapo
O que aprendi no fim das contas
Descobri que Roberto Bonfim não é só um velhinho esquecido. É pedaço vivo da nossa cultura que a gente deixa apagar quando para de contar essas histórias. Agora toda vez que passar naquele sebo da esquina, vou prestar atenção nos nomes que ninguém mais fala.
E sabe o melhor? No meio dessa fuçada toda, descobri que o velho Bonfim ainda tá firme e forte, dando aulas de teatro pra molecada na periferia. Acho que vou bater perna lá na próxima semana – quem sabe consigo uma entrevista pro blog!