Comecei essa jornada quando percebi que minhas partidas de RPG tavam perdendo a graça. Os jogadores pareciam adivinhos, sempre tomando decisões perfeitas demais. Decidi investigar o tal do metagaming e como espantar esse bicho.
Primeiro Passo: Identificar o Problema
Observei três sessões anotando tudo. Toda vez que alguém:
- Escolhia caminhos sem motivo lógico, como evitar completamente armadilhas invisíveis
- Usava conhecimento de monstros que o personagem nunca viu, tipo gritar “Cuidado com o veneno!” contra criaturas novas
- Consultava a ficha de outros jogadores direto pra tomar decisões estratégicas
Anotei até os suspiros frustrados quando eu explicava “seu personagem não sabe disso”. A ficha técnica tava feia: 17 ocorrências numa sessão de 3 horas!
Arrumando a Bagunça
Testei essas táticas na próxima campanha:
Regra do “Isso Combina Com Teu Personagem?” – Toda ação suspeita eu perguntava isso. O jogador tinha que explicar com base na história dele, não nos dados do monstro. No começo virou um inferno, mas depois virou hábito.
Ficha nas Costas – Colei papelão nas fichas com clipes. Só dava pra ver a própria ficha. A primeira batalha foi hilária – todo mundo gritando “ALGUÉM CURA POR FAVOR!” igual barata tonta.
Monstro Remix – Peguei o manual e mudei TUDO. Goblin com chifres? Claro! Hydra cuspindo ácido? Por que não? A cara de susto quando o “sapo comum” começou a cantar fado foi impagável.
O Resultado Suado
Depois de um mês:
- As mortes bobas diminuíram pela metade – mas quando rolavam, eram épicas!
- Os jogadores começaram a criar diários de personagem sem eu pedir
- Teve até um caso de herói fugindo de rato porque o coitado tinha trauma de infância
Claro que ainda escorrega. Na semana passada o Ricardo quase cuspiu cerveja quando eu soltei “o dragão azul agora cospe leite condensado”. Mas a diferença é que hoje todo mundo ri junto – e o Ricardo perdeu o personagem pra uma avalanche de brigadeiro. Faz parte do jogo!