Então, tava aqui pensando numa parada que vira e mexe eu vejo por aí: japoneses que viram corinthianos roxos. Parece até coisa de filme, mas não é, eu mesmo já presenciei e vou contar como foi essa minha “investigação” particular, digamos assim.
Tudo começou de um jeito bem besta, na verdade. Eu tenho um conhecido, o Tanaka, gente finíssima, família dele toda lá do Japão. Um dia, anos atrás, eu tava na casa dele pra um churrasco, coisa normal de fim de semana. E aí, do nada, começa um jogo do Corinthians na TV. Eu, corinthiano desde que me entendo por gente, já fiquei ligado. Mas o que me espantou foi ver o pai do Tanaka, um senhorzinho japonês que mal falava português, xingando o juiz em japonês e vibrando com um gol do Timão como se fosse o último copo de saquê do mundo!
Fiquei de cara! Perguntei pro Tanaka: “Escuta, teu pai virou corinthiano quando?” E ele riu, falou que desde que chegou no Brasil, lá nos anos 70, alguém levou ele num jogo no Pacaembu e pronto, amor à primeira vista. Aquilo ficou na minha cabeça.
Aí, comecei a reparar mais. Fui num jogo na Neo Química Arena, antes da pandemia ainda. Olhando em volta, na arquibancada, vi uns rostinhos orientais ali no meio da Fiel. Não era um ou dois, não. Eram vários, com camisa do Corinthians, cantando as músicas, sofrendo e comemorando junto com todo mundo.
Resolvi dar uma de curioso. Puxei papo com um deles, um rapaz novo, na faixa dos seus 20 e poucos anos. Perguntei na lata: “E aí, colega, como que um japonês vira corinthiano assim?” Ele me olhou, deu um sorriso e falou: “Ué, meu avô era, meu pai é, eu sou! Corinthians é família!” Simples assim.
Depois desse dia, comecei a pesquisar mais informalmente, sabe? Conversando com um aqui, outro ali. Descobri que tem uma comunidade japonesa grande em São Paulo que realmente abraçou o Corinthians. Alguns me falaram que se identificam com a garra do time, aquela coisa de “não desistir nunca”, que é um valor forte na cultura japonesa também. Outros disseram que foi influência de amigos brasileiros, colegas de trabalho.

Lembrei de uma vez que fui numa festa da colônia japonesa, num bairro aqui perto. Tinha um monte de barraquinha de comida, apresentação de taiko, aquelas coisas todas. E no meio da festa, vejo um grupo de senhores japoneses, todos com mais de 60 anos, com uma bandeirinha do Corinthians discreta enfiada no bolso da camisa. Discretos, mas estavam lá, representando.
Minhas observações e o que juntei de informação:
- Influência familiar e de amigos: Muitos são segunda ou terceira geração, e o amor pelo Corinthians passa de pai pra filho. Ou então, amigos brasileiros apresentam o time e a paixão pega.
- Identificação com a “raça”: A história de luta do Corinthians, de ser o “time do povo”, parece que ressoa com eles. Aquela entrega total em campo.
- Senso de pertencimento: Torcer pelo Corinthians, um time tão popular, ajuda na integração, faz eles se sentirem mais parte da comunidade local.
- A experiência do estádio: A energia da Fiel Torcida é contagiante. Imagina um japonês, acostumado com um comportamento mais contido, chegando num jogo do Corinthians e vendo aquela loucura toda. Deve ser um choque cultural positivo!
Enfim, essa foi minha jornada observando esse fenômeno. Não fiz nenhum estudo científico, claro, foi tudo na base da curiosidade e da conversa de botequim, ou melhor, de arquibancada. Mas é impressionante ver como o futebol, e especialmente o Corinthians, consegue unir gente de todo tipo, de toda origem.
É a prova de que o Corinthians não é só um time, é um estado de espírito, e esse espírito não escolhe nacionalidade. E, pra ser sincero, acho isso demais! Ver um japonês, um alemão, um italiano, qualquer um, vibrando pelo Timão, mostra a força que esse clube tem. É de arrepiar.