Comecei com uma vontade louca de mergulhar nas histórias do Morumbi. Sabe aquela coceira de querer entender cada detalhe? Pois é, abri meu computador e meti a mão na massa.

Caçando memórias escondidas
Primeiro, fui catar um monte de livros antigos sobre futebol aqui de casa. Nada organizado, sabe? Virando páginas que soltavam poeira, tentando achar alguma coisa. Depois pensei: “tô sozinho nessa não, né?”. Liguei pra uns tios que são malucos por São Paulo.
- Tio Zé começou a gritar quando eu perguntei
- Tio Carlinhos ficou quase chorando lembrando de 1992
- Minha prima até achou fotos amareladas no porão
Aí botei a mão na cabeça: essas histórias tão sumindo com o tempo! Passei a madrugada escrevendo tudo que ouvi. Teve hora que parei do nada – quando meu tio contou do jogo que o goleiro defendeu pênalti até com a testa.
A reviravolta bizarra
Tava quase terminando quando descobri uma parada maluca: em 1997, num jogo contra o Palmeiras, teve torcedor que roubou o calção do jogador! O cara pulou o muro quando o atacante tava correndo pra comemorar o gol. Até hoje acham que foi funcionário do estádio. Cadê o calção? Sumiu pra sempre, deixando só a zoeira.
Fui verificar na biblioteca municipal e era verdade! O jornal antigo tava amarelo, mas a notícia gritava: “FÃ LADRÃO DEIXA JOGADOR SEM CALÇAS”. Quase dei risada alto no meio da sala silenciosa.
Costurando as memórias
Juntei tudo: fotos borradas, recortes de jornal manchados, histórias que meus tios contaram. Teve coisa que doía só de escrever, como a final de 2005. Outras eram pura alegria, tipo o dia que o Morumbi quase veio abaixo com golaço de falta.

Quando fechei o documento, senti uma coisa esquisita: esses momentos que parecem pequenos são a alma do estádio. O pó nos livros, as vozes engasgadas dos tios, até o calção roubado – tudo isso faz o Morumbi viver.