Como eu acompanhei o jogo inteiro
Peguei meu caderninho velho e a caneta que falha toda hora, tava com a cara grudada na tela desde o apito inicial. Sabe quando você quer anotar tudo, mas o jogo vai rápido demais? Pois é, quase tive um treco.

Aqui como fiz passo a passo:
- Arrumei um cafézão meia-boca e sentei no sofá com o celular do lado;
- Abri um documento em branco no computador antes da bola rolar;
- A cada jogada importante, gritava “PERAÍ!” e metia o dedo no botão de pausa;
- Anotava o minutinho certo com o que aconteceu, tipo “37′ – Chute do Cano bateu na trave”;
- Quando deu confusão na área, quase quebrei o controle tentando voltar 10 segundos;
Os aperreios que passei
Nos 15 do segundo tempo, meu cachorro pulou no meu colo querendo carinho. O Coritiba tava atacando e eu só conseguia escrever “GHJDKSAKF” com a mão tremendo. Teve hora que a transmissão travou justo quando o goleiro fez aquela defesa absurda. Fiquei xingando o wi-fi até minha vizinha bater na parede.
Quando acabou o jogo, olhei minhas anotações: metade tava com letra de médico, a outra metade parecendo códigos de guerra. Tive que ficar relendo meus garranchos enquanto via os lances de novo, igual detetive tentando decifrar pista de crime.
O que aprendi fazendo isso:
- Ninguém aguenta anotar minuto a minuto sozinho sem pirar – no próximo jogo chamo um amigo pra ajudar;
- Comida gordurosa e caderno não combinam – minha folha tá cheia de mancha de pastel;
- Tentei escrever bonitinho no começo, mas depois do primeiro gol virou bagunça completa;
Se alguém perguntar se eu repito essa prática, digo: “Só se pagarem meu lanche e terem paciência pra ler meus rabiscos”. Até a próxima, e lembrem-se: futebol é pra sofrer mesmo, com ou sem caderninho.
