Comecei ontem de manhã acompanhando os alertas do tempo no celular. Vi aquelas manchas vermelhas gigantes no mapa e pensei “puts, isso tá vindo forte”. Liguei pro meu vizinho Pedro pra confirmar: “Ô véio, tu viu o aviso do ciclone?” Ele nem tava ligado, aí corri pra espalhar o aviso no grupo do condomínio.

Preparação apressada
Quando o vento começou a assobiar lá pelas 14h, fiquei igual formiga assustada:
- Corri pra supermercado e peguei água mineral até não caber no porta-malas
- Stockei pilha e vela até parecer loja de artigos religiosos
- Enchi garrafa PET com água da torneira – melhor prevenir que remediar
- Usei aquela fita adesiva velha pra colar X nas janelas. Peguei até aquelas madeiras velhas da obra pra reforçar a porta
O pior foi convencer minha filha adolescente. A coitada tava achando que era tempestade normal “Pai, exagero demais!” Até que o telhado do vizinho voou como folha de caderno. Aí a danada me ajudou a colocar os colchões na sala.
O estrago na prática
Quando o ciclone bateu de verdade lá pelas 19h, parecia filme de terror:
- Árvore da calçada rachou meu muro igual biscoito
- Fios dançando na rua soltando faísca verde – coisa de cinema
- Água entrando por debaixo da porta mesmo com todos os panos velhos
- Meu galpão de ferramentas simplesmente virou pipa
Fiquei segurando a porta com as costas enquanto minha esposa tentava ligar pra Defesa Civil. Sem sinal! Aquela hora eu vi na cara dela o medo que tava guardando.
Lidando com a bagunça
De manhã cedo, saí igual guerreiro pra ver os estragos:

- Água parada em todo canto vira criadouro de mosquito – joguei cloro até em poça
- Telhado da casa da Dona Marta precisou de lona urgente – ajudei com minhas sobras
- Reportei poste caído na rua principal pro pessoal da prefeitura
- Separei alimentos não perecíveis pra família do Pedro que perdeu tudo
Aprendi na marra: não adianta só estocar comida. Tenha remédios básicos pra diarreia e kit de primeiros socorros. E o mais importante: combine ponto de encontro com a família caso a casa fique inabitável. Ninguém pensa nisso até precisar.