Como foi o dia na praia
Acordo cedo, tipo 6h da manhã, com aquele sol já começando a esquentar o quarto. Olho pra janela: céu limpo, sem sinal de chuva. Não tem jeito, hoje é dia de praia. Dou uma olhada no tempo no celular: 28 graus, umidade alta. Praia de Santos tem que ser cedo pra pegar vaga e evitar aquela multidão doida.

Preparo o cooler com as cuia, tereré, umas frutas e sanduíche natural. Peguei uma canga velha, mas que funciona, e a minha mochila térmica daquelas baratinhas do mercado. Não esqueço o protetor solar, o fator 50, porque se não, já sabe, volta queimado igual camarão. Coloco o boné, o óculos escuro e partiu.
Chegando na orla, pelo Canal 3, estaciono meio longe porque tava lotado. 8h da manhã e o povo já lotou tudo. Faço aquele trajeto, carregando as coisas, a areia já tá quente pra caceta. Escolho um lugar lá mais pra frente, perto do quebra-mar, porque ali costuma ter menos criança correndo e mais espaço. Abro a canga, finco o guarda-sol e bato ele na areia até ele ficar firme. Já aconteceu dele voar e quase acertar um senhor outra vez… foi merda.
Antes de qualquer coisa: passo o protetor. Bem generoso. Braço, perna, pescoço, orelha… lugar que o sol pega tá lascado. Vejo uns gringos por ali já com a pele vermelha, recusando protetor quando ofereço… depois choram. Cada um com seus problemas.
O mar tá com onda média, dá pra encarar. Entro na água, mas a água tá gelada, viu? Aquela corrente meia doida também, tem que ficar esperto pra não arrastar muito. Fico um tempo batendo onda, tentando pegar alguma, mas não tô muito inspirado. Mais pra relaxar mesmo. Saio da água e sento na canga pra tomar um tereré. A água é salgada demais, bicho. Salgada pra caramba, arde os olhos.
Olho o movimento: vendedor não para. Chega um vendendo mate, outro com picolé, outro com aqueles óculos de sol duvidosos. Negócio todo o tempo. Recuso quase tudo, só compro uma água de coco bem gelada. Vale cada real naquela hora.

Almoço o sanduíche de atum que trouxe. Simples, mas resolve. Vejo o pessoal nos quiosques pagando uma nota em fritura… melhor não. Limpo tudo, guardo o lixo numa sacolinha. Porco é o cara que joga lixo na praia, parça. Não dá pra entender.
A tarde vai passando, o sol vai ficando insuportável. Mesmo na sombra. O calor aumenta, a areia queima. Vejo uns maluco jogando altinha perto d’água, parece um forno.
Por volta das 14h, resolvo juntar as tralhas. A praia tá um forno mesmo, não dá mais. É hora do recuo estratégico. Enrolo a canga toda molhada e grudada de areia, fecho o cooler vazio (só o gelo derretido sobrou) e capino meu lugar, pego todo lixo meu e uns papelzinho que estavam perto, jogo na lixeira mais perto. Levo uma carreira com a mochila e o cooler, aquele caminho parece maior sob o sol da tarde. Chego no carro todo suado, ligo o ar condicionado no máximo. Puxa vida.
Foi um dia bom? Foi. Mas tá cada dia mais difícil aguentar o calor e a bagunça de final de semana nessas praias grandes. Sexta-feira ainda dá, mas sábado e domingo… complica.