Olha, falar de Cianorte x Corinthians de 2005 é mexer numa caixinha de memórias daquelas bem guardadas, viu? Eu lembro bem daquele período, não foi um dia qualquer, não. A gente que acompanha futebol mais de perto, sempre fica de olho nesses confrontos de Copa do Brasil, especialmente quando um time grande vai jogar fora de casa contra um adversário, digamos, menos badalado.
A Prática da Lembrança: Como Foi Acompanhar Aquilo
Eu não estava no estádio, claro, Cianorte é longe pra caramba. Mas a preparação pra assistir a um jogo desses era quase um ritual. Primeiro, conferir a escalação. Naquela época, a gente não tinha a facilidade de hoje, com celular apitando notícia a cada segundo. Era na base do rádio, ou esperando os programas esportivos da TV pra pegar as últimas.
Depois, juntar a galera. Eu costumava assistir esses jogos na casa de um amigo, ou num barzinho ali perto de casa. Cervejinha na mão, aquela resenha pré-jogo, cada um dando seu palpite. Lembro que o clima era de “ah, o Corinthians passa fácil”, aquela confiança típica de torcedor de time grande enfrentando um menor na teoria.
- Primeiro passo: Checar se a TV estava pegando bem o canal do jogo. Às vezes era uma luta com a antena!
- Segundo passo: Garantir os petiscos. Amendoim, uma coisinha pra beliscar enquanto a tensão aumentava.
- Terceiro passo: Ligar no pré-jogo, ouvir os comentaristas, já entrando no clima.
Aí o jogo começou. E, meu amigo, que choque. Eu lembro de olhar pro lado, pra cara dos meus amigos, e a gente não entendia nada. Gol do Cianorte. Um espanto. Pênalti pro Cianorte… gol de novo! A gente já começou a se preocupar de verdade. O Corinthians completamente perdido em campo.
E veio o terceiro. Cara, o silêncio que ficou no lugar foi uma coisa de louco. Ninguém acreditava. A gente se olhava tipo “o que tá acontecendo aqui?”. A ficha demorou a cair. Eu mesmo fiquei processando aquilo por um bom tempo. Era o pequeno Cianorte enfiando 3 a 0 no poderoso Corinthians. Não era um sonho, estava ali, na tela da TV.
O pós-jogo foi só lamentação e incredulidade. As discussões foram longas, tentando achar uma explicação. “Ah, o campo”, “ah, o juiz”, “ah, os jogadores fizeram corpo mole”. Aquelas desculpas que a gente tenta encontrar pra algo inexplicável.
Claro, teve o jogo de volta. E o Corinthians foi lá e fez o que tinha que fazer, meteu 5 a 1, classificou. O Tevez jogou demais naquele dia, se não me falha a memória. Mas aquela primeira partida, aquele 3 a 0… ficou marcado na história. Virou folclore.
Então, o meu “processo prático” foi acompanhar cada lance com a respiração suspensa, sentir a surpresa virando choque, e depois tentar entender o tamanho daquela zebra. É por isso que futebol é tão apaixonante, né? Por causa de noites assim, que fogem completamente do roteiro. A gente guarda essas histórias pra contar depois, como estou fazendo agora.