Olha, vou te contar como foi essa minha saga com a tal fobia de tubarão. Não é frescura, não, a coisa pegava mesmo. Bastava pensar em água mais funda, tipo mar aberto ou até uma piscina muito grande, que já me dava um negócio ruim, uma ansiedade que travava tudo.

Tudo começou, acho, com aqueles filmes antigos, sabe? Aquela imagem do bicho vindo de baixo… grudou na minha cabeça de um jeito que me impedia de curtir coisas simples. Perdi passeio de barco, evitei praia com amigos, tudo por causa desse medo irracional.
Primeiros Passos na Prática
Um dia eu resolvi que não dava mais. Decidi que ia encarar isso. Mas como? Não ia pular num tanque com tubarão, óbvio. Comecei pequeno, bem pequeno.
Primeiro, forcei a minha mente a lidar com a imagem. Comecei a ver fotos de tubarões. No início dava um arrepio, desviava o olhar. Mas insisti. Depois passei pra vídeos. Documentários, principalmente. Aqueles que mostram a vida marinha, os tubarões nadando de boa, no ambiente deles. Isso ajudou a desmistificar um pouco, a ver que não são só máquinas de matar.
Li bastante também. Fui atrás de informação de verdade, não de ficção. Entender os hábitos deles, saber que ataques são raros, que eles têm um papel no ecossistema. Isso foi tirando um pouco o peso da imagem assustadora.
Encarando o Medo (aos Poucos)
Depois da parte “teórica”, veio a prática, que era o mais difícil. Comecei a ir mais à praia. No começo, ficava só na areia, olhando o mar de longe. Sentia a tensão, mas me obrigava a ficar ali, a observar.

O passo seguinte foi molhar os pés. Parece ridículo falando assim, mas pra mim era um avanço enorme. Sentir a água, olhar pro horizonte e tentar controlar a respiração. Fiz isso várias vezes, em dias diferentes.
Depois, com muita calma, comecei a entrar um pouco mais. Água na canela. Coração acelerado, claro. Olhava pra baixo, pros lados, aquela sensação de alerta constante. Mas permanecia ali por uns minutos e saía. Repeti, repeti, repeti.
Com o tempo, ganhei um pouquinho mais de confiança. Água no joelho. Depois na cintura. Sempre em praias mais calmas, com mais gente por perto, pra sentir uma segurança maior, mesmo sabendo que era mais psicológico.
Onde Estou Agora
Hoje em dia? Bom, não posso dizer que a fobia desapareceu 100%. Ainda tenho um respeito gigante, talvez até um medinho residual. Não vou sair nadando em alto mar sozinho nem nada parecido.
Mas a grande diferença é que agora consigo entrar no mar. Consigo curtir um dia de praia sem aquela paranoia constante me consumindo. Entro na água, dou um mergulho, aproveito o momento. Não fico mais refém daquele pânico.

Foi um processo lento, cheio de altos e baixos. Teve dia que recuei, que achei que não ia dar conta. Mas o importante foi não desistir, foi continuar tentando, um passinho de cada vez. É isso, foi na base da insistência e da exposição gradual mesmo.