Essa semana tava pensando no presente pro meu velho que faz 70 anos. Sabe como é, aposentado, gosta de coisas simples, e eu sem grana pra gastar muito. Foi aí que resolvi botar a mão na massa e testar umas ideias baratas pra ver o que colava.
A lista que criei na raça:
- Álbum de fotos surpresa: revirei aquele baú velho lá de casa pra achar fotos antigas dele. Colei tudo num caderno capa dura e escrevi umas lembranças embaixo – gastei só com a cola mesmo.
- Repolho recheado da vovó: lembrei da receita que ele sempre fala. Comprei repolho e carne moída barata, fiz igual antigamente. O cheiro já encheu a casa de memória.
- Camisa personalizada no ferro: peguei uma camisa básica que ele nem usava, comprei aqueles ferro de passar com estampa e coloquei “70 anos de história”. Até que ficou maneiro!
- Pote de memórias: guardei cartas antigas, ingresso de cinema, até bilhete de loteria que ele guardou. Enchi um pote de vidro que tava jogado aqui.
- Música na caixa de sapato: gravei num cd velho umas músicas da época dele. Pra caixinha, usei uma de sapatos que pintei com tinta guache.
- Planta no vaso furado: aquela suculenta que tava morrendo no quintal? Peguei um pote de sorvete, fiz furo com prego e plantei. Nem acreditei quando criou raiz!
- Desenho dos netos: peguei meus sobrinhos pra fazer rabiscos. Eles fizeram um homem com pernas de palito segurando bola – ele riu até cair quando viu.
- História em áudio: peguei o celular e gravei os primos contando baita mentira da infância dele. Coloquei num pendrive velho que formatei.
- Mapa da cidade antiga: na biblioteca pública, fotocopiei um mapa da época que ele nasceu. Dobrei igual origami e embrulhei em jornal.
- Carta a lápis: sentei na mesa da cozinha e escrevi tudo que nunca falei. Errei palavras, rabiscei, mas saiu do coração.
O que rolou depois:
Quando ele abriu os presentes, achei que ia rir das gambiarras. Mas o velho chorou que nem criança! Disse que o repolho tava igual da mãe dele, e que a camisa estampada vai usar no domingo. Até o vaso de sorvete com a planta ganhou lugar na janela.
Aprendi que presente bom é o que tem história dentro. Minha carteira agradeceu, e ele tá até hoje mostrando pro vizinho a carta torta que escrevi no guardanapo!