Hoje vou contar como fiz aquela troca doido de terreno por carro. A ideia veio quando o carro velho bateu as botas de vez na subida da Serra do Mar.

A PRECISAO BATIA NA PORTA
Tava andando de busão igual condenado, sabe aquela coisa? Um mês nessa vida já tava me acabando. Até que lembrei: poxa, aquele terreno de herança no interior tá só juntando mato e imposto. Botei na cabeça: terra parada não engorda ninguém. Tá na hora de virar coisa útil.
OS CONTATO NOIS FAZ NO MOFIDO
Primeiro tentei em site de classificados, mas só apareceu doido querendo trocar motoca capenga ou cavalo arriado. Desisti e fui pro bom e velho “boca a boca”:
- Mandei áudio pra todo mundo no zap
- Espalhei história no boteco do Zé
- Coloquei papel colado no mercadinho
Demorou? Demorou pra cacete. Mas um dia aparece o Marcelo, primo do mecânico, com uma proposta esquisitona: um Voyage 2009 inteirão, mas na hora do aperto de mão ele solta: “po, o documento tá pendurado numa agência, a gente acerta depois?”.
O BAGUIO ESQUENTOU
Naquele desespero quase aceitei, mas meu irmão mais velho deu a letra: “Cê tá doido rapá? Vai trocar lote por pepino?”. Fui atrás de entender essa treta:
- Descobri que o carro tinha multa até o talo
- Fiquei sabendo que o documento tava com nome de agiota
- Quase caí no conto do “só assinar transferência depois”
A VOLTA POR CIMA
Já tava desanimando quando aparece Dona Marta, aquela senhora do cafezal. Ela precisava de lugar pro neto construir: “Menino, aceito até Palio fumando óleo!”. Marcamos:

- Levei tudo no cartório de mão beijada
- Olhei cada palmo daquele carro com lupa
- Fechamos na hora com contrato e dois cafés
Moral da história? De tanto passar raiva com golpe, quase perdi negócio de verdade. Agora tô aqui, vendendo pamonha com meu Palio que fuma, mas fuma andando!
Se chegar proposta boa demais na troca? Olho vivo meu povo. Desses carros sem seguro que vivem batendo, pior é cair em papo furado de trambiqueiro. Tô morando na fila do Detran pra transferir, mas melhor isso que tomar na cara.