E aí, galera! Hoje eu quero trocar uma ideia com vocês sobre uma parada que mudou o jeito do meu time jogar vôlei: a famosa formação 5×1. Não vou mentir, no começo foi um quebra-cabeça danado, mas depois que a gente pegou o jeito, o negócio fluiu que foi uma beleza.
O Começo de Tudo: Saindo do Básico
A gente começou jogando naquele esquema mais simples, sabe? Às vezes era um 4×2, com dois levantadores, às vezes até um 6×0 improvisado quando a coisa apertava. Funcionava pra brincar, mas quando a gente queria um jogo mais sério, mais competitivo, a gente sentia que faltava alguma coisa. Faltava mais gente pra atacar, principalmente. Eu via uns times jogando diferente, com um levantador só correndo pra tudo que é lado e sempre com três atacantes na rede, e pensava: “Como é que esses caras fazem isso?” Foi aí que comecei a fuçar sobre o tal do 5×1.
Entendendo a Lógica (ou tentando)
A primeira coisa que precisei botar na cabeça – e na cabeça da galera do time – é que no 5×1 só tem um levantador. UM! E esse coitado (ou coitada, no caso da nossa levantadora guerreira) roda em todas as posições. Isso quer dizer que uma hora ele tá na rede, pronto pra bloquear e levantar de primeira se a bola vier de graça, e outra hora ele tá lá no fundo, tendo que se infiltrar pra armar a jogada. Os outros cinco? Tudo atacante! Tem o oposto, que joga na saída de rede e é uma válvula de escape importante, os ponteiros e os centrais.
No papel parecia simples, mas na prática… nossa senhora!
Mão na Massa: A Prática e os Perrengues
O primeiro desafio foi convencer alguém a ser ESSE levantador. A nossa levantadora topou o desafio, mas sabia que ia ralar. Depois, foi explicar as movimentações. Quem diria que fazer seis marmanjos entenderem quem cobre quem, pra onde o levantador corre quando a bola tá vindo do saque adversário, seria tão complicado?
- Infiltração do levantador: Nossa, como a gente bateu cabeça com isso! Quando o levantador estava no fundo, ele tinha que correr pra rede assim que o time adversário sacava. No começo, ou ele chegava atrasado, ou a gente se atrapalhava na recepção pra dar espaço pra ele passar. Foi muito treino de repetição, com o pessoal do saque forçando a barra pra gente aprender na marra.
- Recepção: A gente teve que organizar a linha de passe pra proteger o levantador quando ele estava no fundo e pra ele poder se deslocar rápido pra rede. Geralmente, ele ficava mais escondidinho, e os outros três jogadores da linha de trás (os dois ponteiros e o líbero, quando entrava) se viravam no passe.
- Ataque e Bloqueio: A grande vantagem que a gente buscava era ter sempre três opções de ataque na rede quando o levantador vinha do fundo. Isso dava um nó na cabeça do bloqueio adversário. E quando nosso levantador estava na rede, ele também bloqueava, o que ajudava bastante. O oposto virou peça chave, atacando bolas mais altas e difíceis da saída.
Lembro de um treino que o levantador correu tanto pra infiltrar que quase tropeçou no próprio pé umas cinco vezes. A gente riu, mas também viu que precisava de muito, muito ajuste fino. Era cada grito de “COBRE!”, “PASSA!”, “MINHA!” que parecia uma feira.
Quando a Chave Virou
Demorou, viu? Teve jogo que a gente se perdeu completamente. Mas aos poucos, a coisa começou a encaixar. Eu percebi que a chave virou de verdade num amistoso. A gente tava perdendo feio, e no meio do jogo, do nada, as infiltrações começaram a sair perfeitas, o oposto começou a virar todas as bolas, e os centrais conseguiam atacar mais porque o levantador chegava bem posicionado. Ganhamos uma confiança absurda naquele dia, mesmo que o resultado final do jogo não tenha sido uma vitória espetacular.
Ver a cara de perdido do time adversário quando a gente conseguia variar as jogadas com três atacantes na rede não teve preço. “De onde saiu esse levantador?”, eles devem ter pensado várias vezes.
O Que Eu Aprendi com Isso Tudo
Olha, implementar o 5×1 não é moleza. Exige muito treino, muita comunicação e, principalmente, um levantador dedicado e com bom preparo físico. Tem que ter paciência, porque os erros vão acontecer aos montes no começo.
Mas, pra gente, valeu a pena. O time ficou mais ofensivo, mais dinâmico. A gente aprendeu a se ajudar mais em quadra, porque se um errasse na cobertura da infiltração, por exemplo, a jogada toda ia pro espaço. Foi um processo de crescimento grande pra todo mundo.
Então, se você tá pensando em testar o 5×1 com sua equipe, minha dica é: vá em frente, mas vá com calma! Estude um pouco, converse com o time, e prepare-se para ralar nos treinos. O resultado pode ser muito bom!